Após uma operação da Polícia Federal que destruiu embarcações e equipamentos utilizados por garimpeiros ilegais nas comunidades próximas ao município de Humaitá, a 590 quilômetros a sudoeste de Manaus, garimpeiros invadiram a cidade. Eles teriam ateado fogo em pneus e ameaçado invadir prédios públicos em resposta à ação policial.
Segundo relatos de moradores, dezenas de garimpeiros bloquearam a rodovia de acesso à cidade para evitar a chegada de reforços policiais e impediram os bombeiros de apagar o fogo. Eles também ameaçaram invadir a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) e o campus da Universidade Estadual do Amazonas (UEA).
O prefeito local, Dedei Lobo (PSC), posicionou-se contra a ação da PF, afirmando que os garimpeiros são famílias de extrativistas minerais.
Imagens mostram pessoas tentando apagar o incêndio nas dragas após a intervenção da PF.
O garimpo ilegal na região Norte do Brasil ocorre em áreas de fronteira, frequentemente dentro de territórios indígenas e de preservação ambiental. Essa atividade clandestina resulta em desmatamento na Amazônia e contaminação do solo, das águas e do ar por mercúrio.
Em dezembro de 2023, a Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou um projeto de lei para regulamentar a comercialização de ouro e estabelecer regras sobre sua produção, venda e transporte, visando a impedir o garimpo ilegal. O projeto, PL 836/2021, proíbe a comercialização de ouro proveniente de Terras Indígenas e unidades de conservação de proteção integral, independentemente do estágio do processo de demarcação da reserva. Também propõe alterações na legislação financeira para rastrear a cadeia de produção e combater a lavagem de dinheiro associada ao ouro extraído ilegalmente.